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CD Oficial x CD Promocional


Correr para uma loja para comprar o novo álbum do seu artista favorito ou esperar que liberem para download na internet? É com esse questionamento que começo hoje a batalha entre “CD Oficial x CD Promocional”.

Lembro-me bem quando em tempos primórdios ficava louco pra comprar um CD novo da Mastruz com Leite, antes não tinha a noção de tantos títulos a banda já havia lançado, então visitava algumas lojas que vendiam CDs e decorava mentalmente os álbuns da banda que via por lá e que no momento não tinha condições financeiras para comprar, chegava em casa pegava um papel com uma lista de todos os discos da banda e marcava os que tinha e os que ainda não possuía. Além de querer obter os produtos da banda era quase que uma espécie de hobby sair, entrar em uma loja e deslumbrar tantos títulos de bandas diversas, obviamente que ficava sempre nas prateleiras do gênero forró, juntava centavo a centavo para poder sempre aumentar minha coleção. Infelizmente quando descobrir esse prazer (por que não dizer que era um prazer) os discos de vinil já estavam em grande desuso, tanto que não faz se quer um ano que tenho em mãos todos os LPs da Mastruz com Leite, para muitos só entulho para mim vale mais que ouro. Obviamente se minha aquisição financeira na época fosse a que vivo hoje eu teria que ter em casa um cômodo somente para guardar todos os CDs e hoje em dia os DVDs de todas as bandas da época, vivo aqui momentaneamente em clima nostálgico ao sempre ouvir CDs antigos de bandas que ainda existem e de bandas que foram já extintas, o que salva o meu dia principalmente com o clima junino já batendo na porta, porque se formos comparar o passado com o presente é só lerem a outra matéria do “Forró Atual x Forró Das Antigas” para entender diretamente do que estou falando sem precisar citar nomes.

Quando as bandas de forró lançavam seus CDs era até comum de se ver as famosas tardes de autógrafos em lojas e supermercados que vendiam os seus produtos, cartazes espalhados pelas cidades e dentre outras particularidades que variavam de banda a banda. E o mais legal de tudo isso é que fazendo sucesso ou não, com aparições em programas televisivos ou não, com suas músicas tocando entre as dez mais em programas de FM (sem necessidade de pagamento de “jabá” e sim por mérito) os seus valores eram sempre acessíveis comparados com produtos de artistas ou bandas “consagradas”. Não sei vocês, mas eu já fui a inúmeros shows (fugindo de casa às vezes rsrs) com bandas como Mastruz com Leite, Cavalo de Pau, Calango Aceso, Calcinha Preta, Forró da Brucelose, Moleca 100 Vergonha, Noda de Caju, Chá de Kapiaba, Forró Maior, Baby Som, Raio da Silibrina, Corisco do Trovão, Flor D’Açucena, Capital do Sol, Catuaba com Amendoim, Mel com Terra, Forró Zanzibar, Banda Aveloz e dezenas de outras bandas EXCELENTES em sua fase de ouro na época e paga R$ 3,00, R$ 5,00 no máximo R$ 7,00 reais por ingresso (frisando, na época) e curtia o que melhor já existiu sem sombras de dúvidas de bom no forró eclético, hoje a média de um ingresso dependendo do local e atrações você não paga menos de R$ 30,00 onde pra essa galera nova ver 4 atrações com nomes diferentes aparenta ser tudo, mas se você vender os olhos dos mesmos garanto que eles não sabem quem está naquele momento no palco se apresentando.


Eis as questões. Mas porque isso? Porque a pirataria tomou conta do mercado fonográfico e principalmente áudio visual de uma forma que é quase possível dizer que é incontrolável? Se nós fãs de bandas de forró não podemos levantar o dedo para fazer ponderações em relação aos preços de seus produtos, por que será que não conseguimos mais ver seus produtos em lojas, e porque a sua grande maioria agora demora muito tempo para poder lançar um novo álbum e outras começaram a vender seus produtos somente em shows ou em suas sedes e empresas detentoras de seus direitos?

Chegamos na era computacional e com ela veio de mãos entrelaçadas o tal do CD promocional, aquele que eu mesmo posso até fazer aqui em casa, basta ter um microcomputador com uma configuração consideravelmente razoável e meter na porta de casa, espalhar para os amigos, divulgar na internet em redes sociais, blogs, sites e seres do gênero que é sucesso garantido. Corrigindo-me, sucesso não; na verdade para isso os publicitários dão um nome de campanha “viral”, se vai pegar ou não já outra coisa.



Foi um casamento perfeito entre a pirataria que sempre existiu com a febre de 40° C das distribuições dos produtos promocionais e do seu conteúdo nada inteligente em sua grande maioria, composta por aquilo que o povo quer ouvir, mas que em sua grande maioria como sabemos e só não ver quem não quer, que é de um certo teor de pouco gosto musical que ajudou ao desaparecimento de CDs oficiais de muitos artistas que em alguns casos se juntaram aos seus “inimigos” e para não sumirem como sombra em total escuridão tiveram que aderir ao uso do “promo”, por isso citei acima em sua grande maioria.

Mais e agora? Bandas de forró do nosso Nordeste o que devem fazer? Se venderem para produtoras fonográficas sulistas, fazendo com que não cheguem ao esgotamento geral de tudo aquilo que sempre estiveram acostumados a fazer e não deixar de presentear aos seus seguidores incansáveis com teus produtos oficiais? Se virar nos trinta e fazerem novos discos, pagando a prensagem de seu próprio bolso e realmente venderem em shows e sedes ou aderirem literalmente a moda do promocional em capa de papelão que se respingarem lágrimas de lembranças de tempos bons que jamais voltarão a existir estragarem o encarte?

Uma coisa é fato, os tempos são outros! É de conhecimentos de todos que vendagem de CDs e DVDs apenas vem para dá um alivio na renda dos técnicos e músicos e que nos tempos de hoje gastam-se muito mais para fazer um disco do que antigamente isso sem mencionar o quanto se paga para gravar um DVD oficial. A ideia do promocional vejo como lado positivo para divulgação sim, se usado como singleda banda, por exemplo, não aconteceria o que acostumamos a ver há alguns anos brigas de bandas, artistas que gravam músicas de outros artistas e ainda tem a petulância de se auto declarar detentores.

Sou a favor de uma criação para defender os direitos de bandas e artistas nossos, maior exemplo de respeito aos seus fãs que posso citar hoje aqui é a Banda Calypso, que mesmo com sucesso internacional, aparições em programas televisivos, capas de revistas ainda vendem seus produtos ao mesmo preço desde quando eram apenas uma banda a mais, tem o seu selo e não devem a ninguém.

Então, para não alongar peço encarecidamente a você meu caro leitor, COMPRE PRODUTOS OFICIAISde sua banda de forró, favorita ou não, vá aos shows, procure por eles, guarde-os porque não sabemos se um dia tudo isso poderá ter uma reviravolta e que nós iremos voltar a ver lojas de CDs, DVDs, e até quem sabe se der certo dos Blu-Rays.

Esse assunto será aprofundado em mais um dos vídeos do nosso Canal do Youtube. Espero que tenham gostado, um forte abraço a todos vocês, tudo de MELHOR sempre. Valeu e até mais.

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