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ESTÁ NA HORA DE ALTERAR O REPERTÓRIO?


Com o provável futuro lançamento do novo disco de inéditas do Forró Mastruz com Leite, os fãs da banda voltam a se fazer o questionamento que sempre paira em situações como esta, discutindo-se se veremos nos shows a execução das novas canções de trabalho, e por que não dizer, uma turnê em cima do novo trabalho, visto que desde 2009 o que temos é o projeto Forró das Antigas encabeçando os eventos que o grupo está presente.


Claro que por trás de todo projeto existem circunstâncias estratégicas que precisam ser discutidas, no sentido musical tornou-se obvio para o consumo no país de que "se não tocar a música que eu não conheço, o show não foi bom", barrando com que o público cativo se sinta agradado com as músicas lançadas (agora) por meios digitais, enquanto o grande público geral aparenta ter o direito de curtir nos shows apenas aquelas mesmas canções de sempre.


As músicas consagradas fazem parte de qualquer leque de um artista, cuja demanda daqueles que vão aos shows é a de o elevaram ao panteão de grande grupo musical, neste caso do Forró Mastruz com Leite. Não será posto aqui como fator positivo o fatídico momento da musicalidade nordestina, onde tivemos os ouvidos esmagados por discos intitulados promocionais na atual década, cujo público objetivava a música como algo descartado postando-a como "velha" semanas depois de terem a ouvido. Típico caso de canção quanto fator comercial; vira e mexe solto essa denominação por aqui.


Some-se a isso, no caso de um grupo com mais de três décadas de existência, a rotulação de que sempre lembramos de cantores do passado. Uma tarefa difícil de subtraí-la, onde a própria banda através de seu repertório impede de cortarmos esse cordão umbilical, pois aparenta faltar coragem para sair da visível inércia que entramos sem conseguir emergir para um novo horizonte, apresentando músicos e frente vocal do momento presente. É glorioso pensar que daqui a 30 anos ou mais (certamente que sim), ouviremos com todo gosto "Meu Vaqueiro, Meu Peão", "A Praia", "Forrobodó", "Anjo de Guarda", Massa de Mandioca", Raízes do Nordeste" e tantas e tantas outras canções da banda pioneira, mas garanto que como fã é mais glorioso saber que existe uma constância dessa produção, como músico é glorioso saber que fez parte desse processo contínuo deixando sua marca além da história existente, e que os projetos não foram apenas peças guardadas em prateleiras, físicas ou virtuais.


Existe uma espécie de cobiça, àquela que possibilite uma maior grandeza do que o Natal da Globo com Roberto Carlos cantando “Detalhes”. Faz-se justiça para produção, musico e fãs, a existência de um cenário ao qual está presente deste quando o homem se percebeu frente a um instrumentista, observando e apreciando a sua obra artística. No sentido evolutivo até o tempo presente, foram dominadas as mais diversas técnicas no ramo da música em acordo com os cenários que acabaram sendo criados. Ora, porque a não criação, por exemplo, de pout-porri com grandes sucessos para os shows numa mescla coletiva aos novos trabalhos? Não apenas no sentido do agradar como também se sentir agradado em por para frente o que se produz?


Longe de mim – um leigo e apenas apreciador da música – está em uma matéria tecendo imposições sobre o repertório de uma banda como o Mastruz com Leite, entretanto não há de negar que existe uma inquietação quanto ao seu repertório, pois mesmo sem shows presenciais durante esses dois anos de pandemia e com a realização das livestream, foi notório que perdemos a oportunidade de mostrar que existe um “q” além de "Meu Vaqueiro, Meu Peão", "A Praia"... além claro, do massivo desgaste das suas canções.


Dá uma paz de espirito perceber que o grupo musical está aos poucos retomando a sua agenda de shows, um alívio para tantas incertezas, afinal, vimos diversas bandas de forró encerrando as suas atividades e certamente os fãs também sentiram essas dificuldades em seu íntimo, tristezas como se fossem alguém bem próximo a si.


Essa retomada aos palcos ao que tudo indica terá o Projeto Forró das Antigas como carro chefe, isto é, algo dificilmente de se abstrair e que teve a sua “decolagem” interrompida – mesmo depois de mais de 12 anos desde quando foi-se “criado” – por causa também da Pandemia, contudo não há de negar a insatisfação por ver a continuação dos shows caracterizados como mais do mesmo, numa espécie de repetição de assunto de matérias escolares onde apenas alterasse os professores e você sempre sentará na mesma carteira.


Se o Forró Mastruz com Leite realmente estiver em fase de produção de um novo álbum de inéditas, devem ter a ousadia de trabalhar o disco também em shows, rádios e TVs, saindo desse período cambriano e aceitando a sua própria evolução. A banda tem produzidos novos singles, teve o próprio DVD acústico com canções inéditas e nós queremos ver isso diante dos nossos olhos, não apenas na tela de um aplicativo de celular.


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